Recado na garrafa jogada ao mar
Postando diretamente de um navio, rumo ao sul do País, desejo a todos voces uns dias tao bons quanto os que eu tenho vivido.
Mando detalhes noutra hora, que cada minuto de acesso aqui vale ouro...
Beijos.
Este é um espaço virtual onde compartilho minhas idéias, experiências, vivências e impressões sobre a vida e o meu cotidiano. Sejam bem-vindos a ele e... comentem bastante!
PS: Para aqueles que acham chato visitar um blog de alguém que não conhecem:
- Prazer, meu nome é Sodré, Silvio Sodré.
Postando diretamente de um navio, rumo ao sul do País, desejo a todos voces uns dias tao bons quanto os que eu tenho vivido.
Meu filho e minha sobrinha fizeram um blog cada um.
Dia sim, dia não, tenho levado as crianças na lan house de lambari. Em uma dessas vezes, meu irmão Sidney quis comprar um espetinho para todo mundo e, ao fazer o pedido à um vendedor ambulante, ouviu dele a seguinte pergunta em um sotaque mega carregado: "Vaca morta ou porco morto?". As crianças arregalaram os olhos, espantadas. De fato, no mundo industrializado de hoje, dificilmente nos lembramos que os espetinhos vendidos na esquina são feitos de vaca morta, porco morto, galinha morta, etc.
Arranjei um casal de editores-mirins que vivem me dizendo sobre o que postar; adivinhem seus nomes. Quero ver quando chegar minha sobrinha Priscila. Vou ter que tomar muito cuidado com a censura.
Sempre que vou ao Rio, fico com medo de baratas. Em Brasília, eu as vejo muito pouco e dificilmente encontro uma em Lambari. Em poucas horas que fique no Rio, eu acho uma meia dúzia facilmente. Na casa do meu avô, é de lei. Sempre tem. Morei lá sozinho por dois anos, depois da separação, e era um terror. Eu convivia com elas.
Como falei no meu último post desta seqüência, a moleza inicial das minhas férias iriam acabar e realmente acabou. Os últimos dias têm sido bem corridos e vou lhes dizer o motivo.
Ontem, foi dia de votação da prorrogação da CPMF. Creio que muita gente acompanhou, com interesse, a novela dessa votação, que foi adiada por vários dias. O clima no país anda tenso e quase que ficamos à espera de alguma notícia ruim ou impactante. Pois bem, ontem, ao voltarmos do almoço, tinha estacionado o carro, quando ouvimos aquela famosa musiquinha de abertura do Plantão da Globo. O Sidney ficou logo todo preocupado e, entrando correndo em casa, exclamou: "Ih, caramba! O que será que aconteceu desta vez? Deve ter explodido alguma coisa!" De fato, explodimos de rir, quando vimos que o famoso trecho musical vinha de um carro-propaganda que passava por perto.
Minha sobrinha Ingrid e o meu filho Lucas se interessaram em aprender violão. Ensinei a eles duas cantigas de roda ("Boi da cara preta" e "Ciranda") que usam dois ou três acordes. Pronto, entre um desenho de Naruto aqui e um PlayStation ali, eles ficam praticando (e competindo, é claro!) no violão. Vocês precisam ver como eles cantam e tocam afinadinhos. O que perdemos de silêncio, ganhamos em sossego. É bom que as crianças aprendam que existe vida além da eletricidade. Bem, pelo menos até elas descobrirem a guitarra elétrica.
Minhas férias seguem tranquilas aqui em Lambari. Um verdadeiro "dolce far niente" nessa linda cidade mineira. É a mesma rotina de descanso e de pequenos grandes prazeres ao lado da família. Quer algo mais doce que isso?
Após dois dias de noites frias, finalmente, hoje, marcamos um banho noturno na piscina. A tarde estava bem calorenta e a noite prometia. Ficamos aguardando, ansiosamente, o céu escurecer. As crianças estavam tomando banho desde às 18 horas e já era mais de 19 horas, quando decidi ligar as luzes internas da piscina. Nesse momento, pareceu que todos os mosquitos próximos haviam se tornado kamikases. Atraídos pela luz da piscina, eles mergulhavam avidamente para o afogamento. Após algum tempo tentando retirar insetos (ou, informaticamente falando, debugar) da piscina, constatei a inutilidade do meu gesto, pois esta tinha virado uma sopa de mosquitos. Tivemos que reconhecer que o banho noturno marcado era o deles.
Vocês sabem aqueles buracos na lateral da piscina, por onde a água é sugada para ser filtrada?? Pois é, meu irmão estava próximo a um desses e, como usava um short largo, ele teve o p**** sugado para dentro do buraco. Foi hilária a cena: ele reclamando da dor e eu não conseguindo parar de rir.
Na viagem que fiz na sexta-feira, do Rio para Lambari, houve um momento de destaque: meu irmão e eu estávamos conversando sobre um mal cheiro perene no ar. Elocubramos mil e uma explicações para o futum, um animal morto no caminho, um matadouro ou um lixão próximo, plantação de erva apodrecida. Entremeamos o nosso papo com uma conversa sobre a paciência que se deve ter, na direção de um carro, quando se fica atrás de um caminhão, na subida de uma colina. De fato, estávamos atrás de um caminhão, mas não queria ultrapassá-lo, pois falávamos justamente na paciência nesses casos. Quando nos aproximamos um pouco mais do caminhão à nossa frente, vimos que uma coisa caía dele. Demorou meio-segundo para entendermos o que era. Na rapidez de um raio, esquecemos o nosso papo de paciência, pisei firme no acelerador e vi se afastar, pelo retrovisor do carro, um caminhão recheado de ... estrume.
Como falei, a casa dos pais agora tem piscina. Dou graças a Deus por, hoje em dia, eles poderem desfrutar desses luxos. Lembro-me de que, até o início da minha vida adulta, eles passaram muito aperto financeiro. Faziam contas tão justas quanto era o orçamento familiar deles. Tudo era muito regulado. Só para se ter uma idéia, o leite padrão era o do tipo C; às vezes, comprávamos leite tipo B. As férias de 30 dias eram sempre gozadas no mês de fevereiro e em Macaé, onde meu avô, que é macaense, tinha uma casa comprada na era pré-Petrobrás (ou seja, quando Macaé era uma cidade paupérrima). Sempre comíamos comida feita em casa, mesmo nas férias. A falta de luxo ou de dinheiro sobrando fez com que nossa família fosse muito unida. Lembro-me também, e com muito carinho, das viagens de três horas a Macaé, onde nos espremíamos os cinco (meus pais, meus irmãos e eu) dentro de um fusca e, depois, em uma brasília. Quer mais unida que isso??
Continuando com o relato de minhas férias: na terça, descansei até. Mas um descanso a minha maneira, fazendo coisas prazerosas, sem stress, sem hora para nada; dormi um pouco também, mas só um pouco. Passeei calmamente por Lambari, fiz caminhada com o meu pai até a cidade (uns dois kilômetros da casa ds meus pais), reencontrei amigos de quando morava aqui, toquei muito violão, assisti muito televisão. Aliás, na segunda-feira à noite, assisti o filme "Um Crime de Mestre" com Anthony Hopkins. Considero um filme legalzinho, mas não é grande coisa. Ainda na terça, tomei um banho noturno na recém-construída piscina da casa dos meus pais.
Entrei de férias na sexta-feira passada. Já não era sem tempo, pois estava ansioso por elas. Busquei a Issana no trabalho e fui dormir com o meu irmão Sérgio. Ele teve um infarto na terça-feira, dia 27, e tinha acabado de sair da UTI para o quarto. Como a minha cunhada Patrícia tem dois filhinhos para criar (uma menina de 2 anos e um menino de cinco meses), fui escolhido para ficar acompanhar o meu irmão e eu fiquei muito feliz com a escolha.