Olhos Que Falam

Este é um espaço virtual onde compartilho minhas idéias, experiências, vivências e impressões sobre a vida e o meu cotidiano. Sejam bem-vindos a ele e... comentem bastante!

PS: Para aqueles que acham chato visitar um blog de alguém que não conhecem:
- Prazer, meu nome é Sodré, Silvio Sodré.

domingo, setembro 23, 2007

O dia em que eu quase fui pra ponte que partiu!

Ainda sobre minha viagem mochilão pela costa oeste americana em 2001, aconteceu comigo um fato bem insólito. Uma das coisas que havia planejado para essa minha viagem era cruzar de bicicleta a ponte Golden Gate, que liga a cidade de São Francisco a Salsalito. Essa ponte é vermelha, muito famosa e aparece em 11 de cada 10 filmes rodados na cidade. Recentemente, foi lançado o filme "A Ponte" (The Bridge), que é um documentário sobre os vários casos de pessoas que usam a ponte Golden Gate para passar para o outro lado da vida.

No dia escolhido, saí cedo do albergue e lembro-me de que ainda me sentia cansado, pois, no dia anterior, eu viajara o dia inteiro de trem Amtrak para ir de Los Angeles a São Francisco. A princípio, como os trilhos não chegam até essa cidade, a viagem de trem seria de Los Angeles até São José, o que demora 12 horas, e de lá eu pegaria um ônibus da própria Amtrak para completar o trajeto, em mais 1 hora. Acontece, que houve uma pequena demora com a liberação da minha mochila (hoje, eu acredito que eles a tenham revistado), o que me fez perder o ônibus até São Francisco. Reclamei com razão e eles pagaram um taxi para finalizar o trecho de minha viagem e que me levou até a porta do albergue onde ficaria.

Conforme disse, saí cedo para ir até a locadora de bicicletas. Escolhi uma que fosse bem leve e resistente, e a aluguei junto com o capacete. Fui até a ponte e quando cheguei do outro lado, vi que tinha um mirante. Fui até ele e notei que havia várias equipes de reportagens filmando a ponte. Eram muitas mesmo. Pensei que os noticiários local a usassem como pano de fundo para falar assuntos da cidade ou, devido ao horário, sobre o tráfego. Retornei pela ponte e vi que do outro lado tinha mais equipes ainda. Todos filmando o repórter e atrás dele a ponte. Alguns filmavam a ponte diretamente. Estranhei, mas pensei: "Que coisa! Todos usam a ponte como fundo. Os noticiários daqui devem ser todos iguais." Fui embora e esqueci o assunto.

Tarde da noite daquele dia, liguei para o meu irmão aqui no Brasil para combinar a minha chegada, pois já estava de partida das terras americanas. Contei para ele que tinha andado de bicicleta na Golden Gate e só então fui saber que o mundo todo estava de olho nessa ponte, pois fora revelada uma carta de Osama Bin Laden em que ele ameaçava destruir brevemente com o uso de aviões uma ponte pênsil famosa da costa oeste americana. Recebi a notícia com descrença, mas com uma certa preocupação, pois viajaria de avião dali a algumas horas. Felizmente, não houve o tal atentado.

Até hoje, tento imaginar o que os cinegrafistas devem ter pensado ao ver um ciclista suicida cruzando uma ponte condenada.

domingo, setembro 16, 2007

Era uma vez no México ...

Em 2001, resolvi fazer uma viagem sozinho, e na base do mochilão, pela Costa Oeste dos Estados Unidos. Quando estava em um albergue em Santa Mônica, nos arredores de Los Angeles, descobri que a fronteira com o México ficava a menos de três horas de carro. Como o México não requer visto de entrada para brasileiros, decidi alugar um carro para chegar até a fonteira e cruzá-la à pé.

No dia 30 de outubro, véspera do dia das bruxas, aluguei um carro e fui em direção ao México. Como no carro tinha rádio-CD, fui ouvindo um CD do grupo inglês Renaissance que havia comprado no dia anterior. No caminho da fronteira, parei em San Diego e ao passear por essa cidade, cruzei com um grupo numeroso de velhas bruxas, todas caracterizadas, que estavam fazendo sua confraternização anual. Tirei uma foto com elas e segui viagem.

Logo após sair de San Diego, comecei a ver as placas de indicação da fronteira. Quando vi a placa indicando a última saída antes da fronteira, saí da estrada e parei um centro de comércio ao lado da fronteira. Parei para observar com estranheza o lugar. Vi o muro que separava os dois países e era brutal a diferença de cenário em seu lados. De um lado, o ambiente asséptico norte-americano com construções projetadas e organizadas com o qual já tinha acostumado meu olhar; do outro lado, uma baita poluição visual, muitos cartazes de propaganda, ruas e construções irregulares, espremidas e inacabadas, e uma imensa bandeira mexicana com suas cores vibrantes e os dizeres "Bienvenido a Mexico".

Cruzar a fronteira foi como passar em uma viela, extremamente fácil... facil demais. Ninguém falava com nenhum oficial de fronteira mexicano, só passava pela viela. Em um dado momento, lembrei que devia registrar minha máquina fotográfica. Fiquei indeciso se devia burocratizar o processo. Afinal, estava tão fácil. Por ser muito "certinho", decidi entrar em uma casinha à minha esquerda onde se lia "Alfândega". Foi minha grande sorte, pois o guarda mexicano observou que eu tinha que oficializar minha entrada no país. E assim, tive o passaporte carimbado pela imigração mexicana, o que me foi muito útil, como veremos, no final da tarde.

Em Tijuana, almocei em um restaurante tipicamente mexicano, onde comi uns burritos e bebi cerveja mexicana. Como não sou bom bebedor de cerveja, não notei a menor diferença. Na mesa ao lado, tinha um grupo de locais, uma moça e dois rapazes; um deles estava com um violão. Enrolei no portunhol, fiz amizade com os nativos e toquei algumas músicas no instrumento. O momento alto foi quando toquei "Malagueña" para eles. Que ousadia!! Cantar em espanhol para um grupo de mexicanos?! Hahaha... Totalmente sem loção!

Após passear pela cidade de Tijuana, decidi voltar para o meu albergue. Na fronteira dos EUA, vi que a volta era bem mais complicada e burocrática. Há menos de dois meses, tinha acontecido o atentado de 11 de setembro e os oficiais de imigração americanos estavam neuróticos com a segurança de suas fronteiras. O pior foi que tinha deixado no albergue o comprovante de entrada nos EUA. Eu tinha o carimbo de entrada americano no passaporte, mas era preciso o comprovante. Minha sorte foi que eu tinha como comprovar minha entrada no México naquele dia. Paguei uma pequena multa de menos de dez dólares (e era o que tinha no bolso) e atrevessei a fronteira agradecendo muito a Deus pela lembrança da máquina e a mim por ter sido tão "caxias".

Em tempo ...

Na minha reapresentação, faltou falar sobre um fato primordial: Tenho um lindo filhão de 10 anos. Infelizmente, moro bem longe dele, o que me obriga a vê-lo sazonalmente ao longo do ano. Com certeza, ele é a minha maior riqueza no mundo. Foi o que gerei de mais belo. Inteligente e doce, ele conquista a todos pela simpatia. Só tem um pequeno defeito: não tem saco para ler o blog do pai.

Te amo, Lucas!

sábado, setembro 15, 2007

Reapresentação

Antes que eu possa começar a falar dos eventos do meu cotidiano, sinto que eu devo primeiro me reapresentar, de forma a dar dimensão e sentido às coisas que contarei aqui.

Embora minha participação neste espaço tenha sido - até agora - incipiente, já fui um blogueiro mais atuante; principalmente em 2004, quando, na luta para entrar no doutorado e passar em um concurso público, contava minhas peripécias na região sul-mineira no meu antigo blog Projeto Doutorado (http://www.projetodoutorado.blig.com.br).

Eu moro em Brasília e trabalho no Banco Central. Como todo o dinheiro do governo (reais, dólares, ouro, obras de arte, etc) fica guardado no último subsolo, posso dizer que trabalho "montado" na grana. Antes do Bacen, trabalhei por dois anos na Procuradoria Geral da República, naquele prédio bonito que lembra uma pilha espelhada.

Tenho graduação em psicologia e mestrado em informática. Pode parecer confuso, mas é pior. Meu segundo grau (atual ensino médio) foi profissionalizante como técnico em bioquímica. Ou seja, comecei como um analista de m*****, depois me tornei um analista de mentes e agora sou um analista de sistemas. Foi uma grande evolução, não acham? Hoje em dia, costumo dizer que sou psicanalista de sistemas e, de certa forma, tenho um pouco de razão.

Sou também cantor, compositor e guitarrista. Não necessariamente nesta ordem. Já fiz muitas músicas e o que me "impede" de compor canções novas é o fato de que preciso gravar as antigas primeiro. Como ainda não viabilizei o meu home-studio, gravo em estúdios alheios e, sendo assim, o fator dinheiro se torna o principal limitador da minha verve criativa. Algumas de minhas músicas podem ser ouvidas no site Palco MP3, no qual eu conto as histórias que deram origem às canções e os processos de composição e gravação dessas.

Minha noiva e companheira chama-se Issana. Namoro com ela há quatro anos e moramos juntos há dois. Ela escreve no blog Issanidades e juntos escrevemos no blog O Pequeno Espírita. A Issana também me ajuda a transcrever a autobiografia do meu avô Ayres Prata para a Internet através do blog Recordações de Prata (http://www.recordacoesdeprata.blogspot.com).

Vou ficando por aqui, pois acho que já escrevi muito e já são seis da manhã. Ah, sim. Mais um dado sobre mim: eu sou insône. Como queria dormir mais...


Dedico este post a Issana, Giórgia e Sabrina que sempre me incentivaram a escrever mais e mais.

sexta-feira, setembro 14, 2007

REESTRÉIA!!!

Há um bom tempo não tenho me manifestado por aqui. Sei que isso é muito frustrante para quem algum dia acompanhou meu blog além de mim e da Issana (http://www.issanidades.blogspot.com/). Fiquei mais de um ano sem postar nada aqui, embora tenha feito alguns posts nos outros blogs que escrevo ou participo.

Na verdade, deixei o blog encostado por algum tempo e jurei comigo que não faria um post do tipo reestréia, tal como este aqui; faria apenas um post normal de continuação. Entretanto, minha consciência não me deixava escrever nada, sem que eu desse novamente um pontapé inical. Pois bem, aqui estou e farei deste espaço minha casa novamente.

Contudo, convido-os a lerem o blog O Pequeno Espírita (http://www.pequenoespirita.blogspot.com/), que contém muitas mensagens edificantes e do qual tenho participado.

Também os convido para acessar o meu site artístico no Palco MP3 (http://www.silviosodre.palcomp3.com.br/) . Nele, além das pessoas poderem escutar (e baixar) minhas composições, poderão ler sobre as histórias das músicas e o processo de gravação de cada uma.

Sem mais, declaro reinaugurado o blog Olhos Que Falam. Agora vai!!!