Artista Espírita ou Espírita Artista?
Certa vez me perguntaram: "Você é um artista espírita ou um espírita astista?". Sou, com muito prazer, um espírita artista. Não me defino pela arte. Arte é apenas algo que sai de mim, como o meu suor, o meu cheiro. Se pudesse escolher uma palavra que me defina, gostaria que fosse caridade, mansidão, trabalho. É por elas que eu gostaria de ser lembrado.
Penso ser muito maior do que a arte que sai de mim - até porque a arte que sai de mim é realmente uma pequena parte da arte que é vista sair de mim. Sou maior, porque sou um ser humano. E como qualquer ser humano, sou um poço de experiências, sentimentos e habilidades, das quais a arte é uma pequena parte. A arte, como qualquer outra habilidade, é apenas um mero recurso que Deus me permitiu desenvolver (ao longo de algumas encarnações) e que devo utilizar para conquistar habilidades e recursos muito mais importantes como a paciência, a mansidão, a vontade de ajudar, a capacidade de perdoar, o desprendimento, a humildade, a disposição ao trabalho, e a mais importante de todas: a capacidade de amar o próximo, a caridade.
Não estou desvalorizando a arte, que acredito ter o poder de alterar o padrão vibracional do espírito, aproximando-o de zonas mais ou menos elevadas, e que pode ser usada para fins claramente positivos (educação, motivação, terapia, etc). Principalmente, não desmereço a arte que nos enleva e nos aproxima de Deus, e que é a forma de comunicação por excelência nos planos angélicos. Apenas quero enfatizar a arte como ferramenta de trabalho para o aperfeiçoamento de nós mesmos. Portanto, ela não me define nem me sobrepuja. Pensar assim, retira da arte o messianismo e o glamour, que a verdadeira arte não faz questão em ter. Pensar no caráter proletário da arte, me protege da ilusão da vaidade e me orienta a utilizá-la da melhor forma para o bem de todos, para o meu bem.